As audiências, que reuniram reitores de todo o País, ocorreram nos dias 8 e 9 de março, em Brasília, no Distrito Federal
Dezenas de reitores de instituições afiliadas à Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) participaram nas últimas quarta e quinta-feira, 8 e 9 de março, em Brasília, Distrito Federal, de reuniões com cinco ministros do governo federal, entre eles o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. As reuniões tiveram como objetivo apresentar a Associação aos ministros, bem como colocar as universidades estaduais e municipais à disposição do governo federal para a promoção de ações de cooperação mútua e fortalecimento da educação superior brasileira.
Neste sentido, também foram apresentadas pautas com vistas à inclusão das Universidades Estaduais e Municipais em políticas públicas e programas com recursos da União, de modo a garantir a democratização e a equidade na divisão de recursos para fomento das ações de ensino, pesquisa e extensão financiados pela União para as universidades estaduais, municipais e federais.
Durante a tarde e a noite do dia 8, os reitores foram recebidos nos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Educação (MEC); Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS); e Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Já no dia 9, o presidente da Abruem, professor Francisco do O’ de Lima Júnior, e outros reitores da Abruem participaram de audiência no Ministério da Igualdade Racial.
Ciência, Tecnologia e Inovação
A partir das 16h30 os reitores foram recebidos no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação pela ministra Luciana Santos. Em sua fala, ela lamentou as tentativas de desqualificação sofridas pelas universidades públicas nos últimos anos ao serem referidas como espaços de balbúrdia. “É exatamente nas universidades que a gente tem o que há de melhor, de qualidade em produção científica no País”, ressaltou a ministra.
Durante o encontro, que aconteceu no Dia Internacional das Mulheres, a ministra comemorou ser a primeira mulher a ocupar o cargo na pasta e aproveitou a ocasião para anunciar um edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no valor de R$ 100 milhões para fomentar a iniciação científica das mulheres. “Não é só uma questão de enfrentar a desigualdade de gênero, mas de excelência. A diversidade precisa estar na busca do conhecimento”, destacou.
Durante o seu momento de fala, o reitor Francisco do O’ de Lima Júnior explicou que a Associação é responsável pela interiorização da educação superior, estando presente em 22 unidades da federação. Ele explicou a importância da atuação da Abruem e como sua capilaridade tem um papel social importante por todo o País.
Também representando a Abruem, a reitora da Universidade Estadual do Estado do Rio Grande do Norte, Cicília Maia, explicou a importância das universidades estaduais e municipais para o Brasil. “Ministra o que queremos hoje aqui nesta primeira audiência de muitas é o seu compromisso em olhar para o Brasil – em olhar para o sistema nacional de educação superior – e a senhora já pensar imediatamente que tem um conjunto de instituições estaduais e municipais que estão espalhadas por todo o País e que são instrumentos de oportunidades e transformações de um povo que grita por uma sociedade mais justa e mais igualitária”, destacou.
Educação
Em seguida, os reitores se reuniram com o ministro da Educação, Camilo Santana, na sede do Ministério. Além do ministro e dos reitores, participaram do evento o gerente de projetos da Secretaria de Educação Superior (Sesu), Felipe Oliveira, a secretária-executiva, Izolda Cela, e a secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), Helena Sampaio.
Segundo o ministro Camilo Santana, o MEC está à disposição para a construção de parcerias com as universidades e reforçou a necessidade de se promover o diálogo para o estabelecimento de políticas de ensino superior. “Sabemos da importância do ensino superior no nosso País. Seja ele federal, estadual ou municipal. O importante nesse momento de reconstrução é o diálogo, porque ninguém constrói nada sozinho”, afirmou o ministro.
“Nossa maior demanda é dialogar. Reivindicamos uma participação ativa dessas instituições na definição e na elaboração de uma política de educação superior. O MEC regulamenta e articula a política de educação em todos os níveis”, afirmou o presidente da Abruem.
Na audiência, a reitora da Uern destacou a necessidade das instituições representadas pela Abruem e reforçou que todas sempre estiveram à disposição para trabalhar pelo desenvolvimento do País. “As nossas 47 afiliadas estão espalhadas em todo Brasil e inteiramente à disposição do governo nessa reconstrução, nessa revolução que precisamos”, afirmou.
Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
Os reitores da Abruem se encontraram também com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, que afirmou o compromisso da pasta em traçar estratégias de inclusão socioeconômica e fomento ao empreendedorismo, em parceria com as universidades.
Em sua fala, o ministro explanou sobre a situação em que o País se encontra no que tange ao combate à fome no País e destacou algumas das principais estratégias do Ministério para garantir segurança alimentar à população brasileira, além de retirar as famílias da extrema pobreza.
“A rede da assistência social do Ministério é integrada há 32 programas baseados naquilo que são direitos na Constituição Federal, como energia, água, habitação, e queremos ter uma integração já a partir daqui com as universidades. A gente pode fazer muito mais. Eu sei a importância da universidade federal, mas, sei muito mais a importância das universidades estaduais”, destacou.
Ele afirmou que a proposta dele é que o Ministério possa trabalhar dois grandes pactos no Brasil que tem a ver com organizar o sistema de inclusão sócio-econômico brasileiro a partir do Cadastro Único. “Eu estou bastante animado com esse encontro com vocês porque podemos trabalhar, junto com outros ministérios também, na perspectiva de um acompanhamento maior de situações graves como a desnutrição, a qualificação de nossa rede para algumas situações novas. Pela capilaridade que tem as universidades faz uma diferença muito grande. Sou um apaixonado pela ciência”, ressaltou.
O vice-presidente da Abruem, Odilon Máximo, destacou que a Associação e suas afiliadas estão à disposição do Ministério para a construção dessas políticas públicas, desse projeto de reconstrução do País. “Hoje, na Universidade Estadual de Alagoas, da qual sou reitor, estou priorizando os alunos que estão no Cad Único. O Cadastro é o instrumento que estamos utilizando para conferir bolsas, sejam de moradia, entre outras”.
Na oportunidade, a reitora da Universidade Estadual da Bahia, Adriana Marmori, destacou que os estudantes da instituições de ensino superior estaduais e municipais são eminentemente vulneráveis, que inclusive participam do Cad Único. “Como a gente pode casar as propostas de superação à fome também voltadas para o estudante de graduação das universidades públicas? Isso porque convivemos diuturnamente com estudantes saindo, desistindo, evadindo e um dos motivos é exatamente a impossibilidade de continuar estudando”, afirmou.
Também neste sentido, o reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Antonio Cruvinel, destacou que há estudantes que enfrentam o dilema de escolher entre pagar o transporte para ir para a universidade e comer. Dessa forma, mesmo com as políticas de assistência estudantil das universidades, muitos alunos acabam evadindo. “Na UEG eu tenho mais de 15 mil alunos. Desses, 970 recebem bolsa permanência, todos estão no Cad Único. Tenho também uma grande lista de alunos esperando para receber esse auxílio. Se eu conseguisse aumentar o fomento para os demais receberem, conseguiríamos formar esses meninos e em quatro anos eles sairiam do Cadastro”, ressaltou.
Indústria e Comércio Exterior
A última reunião do dia foi com o ministro da Indústria e Comércio Exterior, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que destacou que o desenvolvimento – tanto econômico, como social – passa por uma educação inclusiva e de qualidade.
De acordo com ele, as universidades, têm que se aproximar da indústria, do comércio e do empreendedorismo e garantiu que o Ministério estará ao lado da educação
Assessoria de Comunicação Social da Abruem, Comunicação Setorial da UEG e MEC