Foi realizada em 31 de julho a cerimônia de posse da nova diretoria executiva da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), assim como dos novos presidentes e secretários das Câmaras Técnicas da Associação. Assumiram como presidente e vice-presidente da Abruem no biênio 2024/2026 as reitoras da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) e da Universidade de Taubaté (Unitau), Cicília Maia e Nara Fortes, respectivamente. O evento ocorreu na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes), em Brasília (DF).
Essa é a primeira vez que duas mulheres estão à frente da Instituição, o que destaca, sobretudo, a importância do papel feminino na luta pelo fortalecimento da Abruem e da educação superior pública e de qualidade. Cicília Maia é a terceira mulher a comandar a Associação e a segunda reitora da Uern a assumir a presidência. Ela substitui o reitor Odilon Máximo, da Universidade Estadual de Alagoas.
Ao se despedir da presidência, Odilon Máximo fez um histórico dos últimos anos da Abruem, bem como de sua atuação como reitor associado e presidente. Ele destacou os desafios enfrentados, os ataques à educação pública e como as universidades estaduais e municipais comandadas pela Associação os enfrentaram.
“O Fórum de Maceió demarcou a luta de nossas reitoras por mudanças na Associação, o que culminou neste importante momento que vivemos hoje”, ressaltou Odilon. Ele discorreu sobre as lutas que ainda estão por vir e a importância do fortalecimento das universidades estaduais e municipais.
“As nossas Faps aportam a grande maioria de seus recursos nas instituições federais de ensino superior. Isso acontece em muitos de nossos Estados. Precisamos equilibrar esse jogo e entender a educação superior como um sistema nacional público de ensino superior. Temos no Brasil uma forte concentração territorial de recursos na região centro-sul e nas grandes metrópoles. O Brasil precisa interiorizar mais fortemente a ciência como interiorizou suas universidades. O Brasil nunca será um país de justiça social se não atacar suas desigualdades territoriais. Estamos aqui enquanto universidades estaduais e municipais à disposição para enfrentar essa questão”, afirmou.
Em seu discurso, a reitora da Uern destacou a luta pela criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Universidades Estaduais e Municipais, uma luta antiga da Associação e um importante passo para o fortalecimento das instituições. Ela destacou ainda questões sobre autonomia, financiamento e saúde mental.
“Nossas instituições têm como característica comum a capilaridade. Somos as universidades que estão presentes nas localidades mais distantes das capitais e grandes centros urbanos. Somos nós que, de verdade, democratizamos o acesso ao ensino superior e à pós-graduação em nossos estados”, ressalta a presidente Cicília Maia.
Estavam presentes na cerimônia de posse diversas autoridades nacionais, reitores das universidades filiadas e ex-presidentes da Associação.